Sermão de São Leonardo de Porto Maurício
O Pequeno Número dos que se Salvam
São Leonardo de Porto Maurício foi um santíssimo frei franciscano que viveu no mosteiro de São Boaventura, em Roma. Ele foi um dos maiores missionários da história da Igreja. Pregava frequentemente a milhares de pessoas em praças, pois as igrejas não comportavam todos os ouvintes. Sua eloquência brilhante e cheia de santidade era tamanha que, certa vez, dando duas semanas de missão em Roma, o Papa e o Colégio dos Cardeais foram ouvi-lo. Ele promovia especialmente a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem, a adoração ao Santíssimo Sacramento e a veneração ao Sagrado Coração de Jesus. Não foi pequena a sua colaboração para a definição do dogma da Imaculada Conceição, proclamado pouco mais de cem anos depois de sua morte. Deixou-nos também as “Divine Praises” (Ladainhas de Reparação), rezadas ao final da bênção do Santíssimo. Porém, sua obra mais famosa foi a devoção à Via-Sacra. Morreu em odor de santidade aos setenta e cinco anos, após vinte e quatro anos de pregação ininterrupta.
Um de seus sermões mais notáveis, utilizado para converter grandes pecadores, é “O Pequeno Número dos que se Salvam”. Como todos os seus escritos, ele foi submetido a exame canônico durante seu processo de canonização. Nele, São Leonardo analisa vários estados de vida dos cristãos e conclui que, proporcionalmente à totalidade do gênero humano, poucos são os que se salvam.
A quem refletir nesse texto extraordinário não escapará a solidez de sua argumentação, razão pela qual ele obteve a aprovação da Igreja. Eis, pois, o comovente e marcante sermão desse grande missionário.
Introdução
Bendito seja Deus, pois o número de discípulos do Redentor não é tão pequeno que a malícia dos escribas e fariseus pudesse triunfar sobre eles. Ainda que se empenhassem em caluniar a inocência e em iludir a multidão com traiçoeiras sofísticas (buscando até manchas no sol), muitos O reconheceram como verdadeiro Messias e, sem temer castigos ou ameaças, uniram-se abertamente à Sua causa. Mas terão todos que O seguiram permanecido com Ele até a glória? Oh, ante tal mistério, prefiro venerar o profundo desígnio de Deus e adorar em silêncio o abismo de Seus decretos, a me aventurar em juízos precipitados sobre tema tão importante!
O assunto que quero abordar é muito grave: já fez tremer colunas da Igreja, encheu os maiores santos de temor e povoou os desertos de anacoretas. Trata-se de saber se o número de cristãos que se salvam é maior ou menor que o dos que se condenam. Espero que isso vos incuta um salutar temor dos juízos divinos.
Irmãos, por amor a vós, eu gostaria de dar-vos uma perspectiva doce de felicidade eterna, dizendo: “Estais certos de ir para o Paraíso; a maior parte dos cristãos se salva; logo, vós também.” Mas como poderia fazê-lo se vejo que agis contra os decretos de Deus, como se fôsseis vossos próprios inimigos? Observo em Deus o genuíno desejo de vos salvar, mas encontro em vós obstinação em rumo contrário. Então, se eu falar claramente, não vos agradarei; se me calar, não agradarei a Deus.
Dividirei, pois, o tema em dois pontos. No primeiro, para encher-vos de espanto, deixarei que teólogos e Padres da Igreja se pronunciem, afirmando que a maior parte dos cristãos adultos se condena; e, venerando em silêncio esse terrível mistério, reservarei minha opinião pessoal. No segundo ponto, defenderei a bondade de Deus contra os ímpios, provando-vos que quem se condena o faz por culpa própria, pois quer se condenar. São duas verdades extremamente importantes. Se a primeira vos assusta, não me acuseis de querer restringir vosso caminho ao céu, pois me limito a citar teólogos e Padres da Igreja, que hão de gravar essa verdade em vosso coração pela força de suas razões. Se a segunda verdade vos causa arrependimento, agradecei a Deus, que deseja apenas uma coisa: que Lhe entregueis inteiramente vosso coração. E, se ainda me pedirdes que diga de modo claro o que penso, fá-lo-ei para vossa consolação.
1. O Ensinamento dos Padres da Igreja
Não se trata aqui de curiosidade vã, mas de prudente cautela ao proclamar de cima do púlpito verdades que contêm a lassidão dos libertinos, sempre a falarem da misericórdia de Deus e da facilidade de se converter, mas mergulhados em toda sorte de pecados, dormindo sossegados no caminho do inferno. Para despertá-los, hoje examinemos a grande questão: Entre os cristãos, será maior o número dos que se salvam ou o número dos que se condenam?
Vós, almas piedosas, podeis até retirar-vos, pois esta prédica não é para vós. Ela visa conter o orgulho dos libertinos que expulsam de si o santo temor de Deus e se unem ao demônio que, segundo Eusébio, conquista almas tranquilizando-as. Para resolver tal questão, consultemos em conjunto os Padres da Igreja (gregos e latinos), os mais célebres teólogos e historiadores, colocando a Bíblia aberta ao centro. Não escuteis a mim – pois não quero falar por conta própria nem decidir –, mas escutai o que dizem tais mestres, luminares da Igreja de Deus, cuja função é iluminar os demais para que não se afastem do caminho do céu. Com a tríplice luz da fé, da autoridade e da razão, chegaremos a uma conclusão segura sobre questão tão grave.
Importa frisar que falamos não de todo o gênero humano nem de todos os católicos sem distinção, mas apenas dos católicos adultos, que têm livre-arbítrio e assim podem cooperar em sua salvação. Primeiro, perguntemos a teólogos prudentes, que não costumam exagerar: ouçamos, por exemplo, dois notáveis cardeais, Caetano e Belarmino. Ambos sustentam que a maior parte dos cristãos adultos se condena; e se eu tivesse tempo para expor seus fundamentos, ficaríeis vós mesmos convencidos. Direi apenas que, após examinar todos os teólogos com diligência, Suárez concluiu: “A opinião mais comum é que, entre os cristãos, há mais almas condenadas que predestinadas.”
Associai a isso a autoridade dos Padres gregos e latinos, e vereis que quase todos professam o mesmo. Este é o pensamento de São Teodoro, São Basílio, São Efrém e São João Crisóstomo. Segundo Barônio, a maioria dos Padres gregos ensinava que tal verdade foi revelada a São Simeão Estilita, e que, após tal revelação, o santo passou quarenta anos na coluna, em penitência e santidade exemplares. Quanto aos Padres latinos, São Gregório declara: “Muitos chegam à fé, mas poucos ao Reino dos céus.” São Anselmo diz: “Poucos se salvam.” Santo Agostinho é ainda mais explícito: “São poucos, portanto, em comparação aos que se perdem.” O mais extremo, porém, é São Jerônimo, que, em seus últimos dias, perante discípulos, exclamou: “De cem mil homens que viveram sempre no mal, mal haverá um digno de indulgência.”
2. As Palavras da Sagrada Escritura
Mas, por que recorrer à opinião dos Padres e teólogos, se a própria Sagrada Escritura elucida tudo com grande clareza? Atentai no Antigo e no Novo Testamento e encontrareis variadas figuras, símbolos e afirmações demonstrando claramente que muito poucos se salvam.
- No tempo de Noé, todo o gênero humano foi submerso pelo Dilúvio, e apenas oito pessoas foram salvas na Arca. São Pedro afirma que a Arca era figura da Igreja. Santo Agostinho acrescenta: “E aquelas oito pessoas que se salvaram indicam que muito poucos cristãos se salvam, pois são raros os que renunciam verdadeiramente ao mundo; e os que só o renunciam em palavras não se inserem no mistério daquela Arca.”
- A Bíblia ainda narra que, entre dois milhões de hebreus que saíram do Egito, apenas dois entraram na Terra Prometida, e que só quatro escaparam do incêndio que consumiu Sodoma e cidades vizinhas. Tais fatos significam que o número dos réprobos, lançados ao fogo como a palha, supera incomparavelmente o dos eleitos, recolhidos pelo Pai celeste como trigo precioso.
Não terminaria se apontasse todas as figuras que confirmam isso. Contentemo-nos em ouvir a Sabedoria Encarnada. Alguém no Evangelho Lhe pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” E Jesus, em vez de calar ou falar com cautela, dirige-se a todos os presentes e diz: “Procurai entrar pela porta estreita, pois muitos, digo-vos, tentarão entrar e não poderão.” Quem fala é o Filho de Deus, a Verdade Eterna, que, noutro trecho, ainda mais claramente afirma: “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” Ele não diz que todos são chamados; diz “muitos”. Conforme explica São Gregório: dentre todos os homens, muitos são chamados à fé verdadeira, mas poucos se salvam. Irmãos, eis palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo! Não são claríssimas? Não são verdadeiras? Pois digam-me, é possível tê-las no coração e não tremer?
3. Salvação nos Vários Estados de Vida
A fim de não parecer genérico, apliquemos essa verdade aos vários estados de vida. Veremos que, ou negamos a razão, a experiência e o senso comum, ou confessamos que a maioria dos católicos se condena.
Haverá estado mais favorável à inocência do que o dos sacerdotes, que são representantes de Deus na terra? Quem não julgaria, à primeira vista, que eles não só são bons, mas perfeitos? Ainda assim, estremeço ao ouvir São Jerônimo dizer que, embora o mundo esteja repleto de sacerdotes, mal se encontra um em cem que viva conforme seu estado; ao ler que um servo de Deus soube por revelação que tantos sacerdotes caíam no inferno por dia, que lhe parecia impossível haver algum ainda na terra; e ao ver São João Crisóstomo exclamar, entre lágrimas: “Não creio que muitos sacerdotes se salvem; tenho antes como certo que a maioria se condena.”
Subamos a um nível superior: os prelados da Santa Igreja, pastores encarregados de almas. Seria maior o número dos que se salvam ou dos que se condenam entre eles? Cantimprano nos dá uma cena: houve um sínodo em Paris, com grande comparecimento de prelados e pastores de almas. Também o rei e vários príncipes estavam presentes. Chamaram um pregador famoso. Preparando seu sermão, surge-lhe um demônio pavoroso dizendo:
“Guarda teus livros. Se queres fazer um sermão útil a esses príncipes e prelados, dize-lhes, em nosso nome: ‘Nós, príncipes das trevas, vos agradecemos, ó príncipes, prelados e pastores de almas, porque, por vossa negligência, a maioria dos fiéis se perde. E reservamos, para vós, recompensa quando estiverdes conosco no inferno.’”
Ai de vós que governais! Se, por vossa culpa, tantos se perdem, que será de vós? Se poucos, dentre os primeiros da Igreja, se salvam, que restará aos demais? Observai todos os estados, ambos os sexos, cada condição: esposos, esposas, viúvas, jovens, soldados, comerciantes, artesãos, ricos, pobres, nobres, plebeus. Que dizer de tantos que vivem tão mal? Escutemos São Vicente Ferrer, que narra um fato ilustrativo: em Lião, certo arcediago renunciou ao ofício e retirou-se ao deserto para fazer penitência, falecendo na mesma data e hora de São Bernardo. Depois, apareceu ao bispo e contou-lhe:
“Saiba, Monsenhor, que no mesmo instante em que morri, faleceram mais de trinta e três mil pessoas de diversas partes do mundo; entre todas, São Bernardo e eu subimos imediatamente ao céu; três foram ao purgatório e todas as demais se condenaram.”
Nossa crônica menciona caso ainda mais assustador. Um frade de nossa Ordem, tido em fama de doutrina e santidade, pregava na Alemanha. Ele descreveu a feiura do pecado de impureza com tamanho vigor, que uma mulher ali presente morreu de dor. Voltando à vida, declarou:
“Quando compareci diante de Deus, chegaram, ao mesmo tempo, mais de sessenta mil pessoas de várias regiões do mundo; dessas, apenas três se salvaram indo ao Purgatório, e todas as outras caíram no inferno.”
Ó abismo dos juízos de Deus! De trinta mil, só cinco se salvaram; de sessenta mil, apenas três! E vós, pecadores que me ouvis, em que grupo vos contareis? O que dizeis? O que pensais?
Vejo quase todos abaixando a cabeça, tomados de pavor e espanto. Mas deixemos o atordoamento e tentemos tirar proveito disso. É verdade, há dois caminhos ao céu: a inocência e a penitência. Se vos provo que poucos escolhem qualquer um deles, devereis, como pessoas de bom senso, concluir que poucos se salvam. E, para evidenciá-lo, basta ver se, em cada idade, ofício ou condição, não há sempre uma multidão de maus e um punhado reduzido de bons. Já se dizia com Salviano: é mais fácil achar muitos mergulhados em todo tipo de iniquidade que encontrar uns poucos inocentes.
Quantos servos são totalmente honestos? Quantos comerciantes são justos e equitativos? Quantos artesãos são exatos e verdadeiros em seu trabalho? Quantos vendedores são isentos e sinceros? Quantos homens de lei não se afastam do reto? Quantos soldados não violam a inocência? Quantos patrões não retêm injustamente o salário dos empregados ou não abusam de seu poder? Por toda parte, raros são os bons, inumeráveis os maus. Quem ignora que hoje reina tanta libertinagem entre adultos, tanta liberdade nas jovens, tanta vaidade nas mulheres, licenciosidade nos nobres, corrupção na classe média, devassidão no povo e insolência nos pobres, que se pode dizer, como Davi: “Todos se desviaram… não há quem faça o bem, não há um sequer.” (Sl 13,3)
Por onde quer que se vá – ruas, praças, palácios, lares, cidades, campos, tribunais, até na casa de Deus –, onde encontrar virtude? “Ai!” exclama Salviano, “salvo uns poucos que fogem do mal, o que é a assembleia dos cristãos, senão um pântano de vícios?” O egoísmo, a ambição, a gula, o luxo campeiam por toda parte. Não está a maioria escravizada ao vício da impureza? Não disse São João, com razão, que “o mundo inteiro jaz no maligno” (1Jo 5,19)? Eu não o digo; a própria razão vos impõe admitir que, se vivem tão mal, poucos são os que se salvam.
Talvez pergunteis: “A penitência não poderá reparar a perda da inocência?” Sim, reconheço. Mas digo também que a penitência é algo tão exigente, já tão pouco praticada e tão mal compreendida pelos pecadores, que, só por isso, é crível que poucos encontrem nela a salvação. Quão íngreme, estreito e cheio de espinhos é tal caminho! Em cada passo, veem-se vestígios de sangue e lembranças dolorosas. Muitos recuam só de ver. Muitos desistem no começo. Muitos desfaleçam no meio. Muitos abandonam por fraqueza no fim. Quantos perseveram até morrer? São Ambrósio afirma ser mais fácil encontrar homens que mantiveram a inocência que achar quem pratique penitência digna.
Consideremos o sacramento da penitência. Quanta confissão malfeita, quantos pretextos calculados, quantos arrependimentos ilusórios, quantas promessas vãs, quantas resoluções sem efeito, quantas absolvições nulas! É válida a confissão de quem acusa pecados de impureza mas não abandona as ocasiões de pecar? Ou de quem reconhece injustiças sem reparar o mal feito? Ou de quem recai nos mesmos delitos logo depois? Oh, que enormes abusos de sacramento tão sublime! Há quem se confesse só para escapar da excomunhão, quem o faça por ostentação. Uns se acusam para se livrar do remorso, outros escondem pecados por vergonha. Uns acusam-se pela metade por malícia, outros por costume. Alguns não visam o fim real do sacramento, outros não têm verdadeira contrição, nem firme propósito. Pobres confessores! Quanto se esforçam para levar a maioria dos penitentes a atos e disposições sem os quais a confissão vira sacrilégio, a absolvição se torna condenação, e a penitência, mera ilusão!
Como, então, alguns acham que a maior parte dos católicos se salva, sob a alegação de que a maioria morre assistida pelos sacramentos? Isso não prova nada. Ao contrário, concluímos que boa parte se condena, pois confessa-se mal no leito de morte, dado que não se confessava bem enquanto saudável e agora se vê enfraquecida pela moléstia, aturdida pela mente confusa, provocada pelos mesmos pecados, ligada aos maus hábitos, atormentada pelos demônios que tentam lançá-la no inferno. E quantos morrem repentinamente, sem chance de receber os sacramentos: por falha do médico ou descaso dos parentes, ou por envenenamento, terremoto, um golpe, um raio, um incêndio, um afogamento ou numa guerra? Não estaremos obrigados a concluir que a maior parte dos católicos adultos se condena? Eis o raciocínio de São João Crisóstomo: muitos cristãos passam a vida na estrada do inferno e, por isso, não se estranha que a maioria ali chegue. Pois, para chegar a uma porta, segue-se o caminho que a ela conduz. O que se pode replicar a argumento tão decisivo?
Alguém poderia objetar: “Mas a misericórdia de Deus é grande!” Sim, para quem O teme, diz o Profeta; mas grande também é Sua justiça para quem não O teme, e ela condenará os pecadores obstinados.
Perguntareis: “Então, para quem é o Paraíso, se não para os cristãos?” É claro que é para cristãos que não desonram o seu caráter e vivem conforme a fé. E, se aos católicos adultos que morrem na graça unirmos a incontável multidão de crianças que, batizadas, morrem antes de chegarem à idade de pecar, não se estranhará a palavra do Apocalipse: “Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar.” (Ap 7,9)
Aí se encontra o equívoco dos que afirmam que o número geral de católicos salvos é maior que o de condenados. Se incluirmos todos os batizados, incluindo crianças mortas após o Batismo, de fato, considerando esse conjunto, o número de salvos supera o de condenados. E isso condiz com o que São João viu: “Uma multidão imensa”, bem como com a promessa de Jesus: “Muitos virão do oriente e do ocidente…” etc. Mas, se falamos só de católicos adultos, a experiência, a razão, as autoridades e a Escritura se unem em confirmar que a maioria se perde. Não penseis que o céu fique vazio. Ao contrário, é muito populoso. E se os condenados são “inumeráveis como a areia do mar”, os eleitos são “inumeráveis como as estrelas do céu”: ambos formam multidões incontáveis, porém em proporções muito diferentes.
Certo dia, em plena catedral de Constantinopla, contemplando tais proporções, São João Crisóstomo, não se contendo, indagou, trêmulo: “Dentre esta multidão, quantos pensais que se salvam?” E, sem aguardar resposta, declarou: “De tantos milhares, não creio que cheguem a cem, e disso ainda duvido.” Que visão terrível! Ele acreditava que, de tantos milhares, apenas cem se salvariam – e ainda não estava seguro desse número. Que será de vós, que me escutais? Meu Deus, estremeço ao imaginar! Irmãos, a questão da salvação é muito árdua: conforme os teólogos ensinam, quando um fim exige grandes esforços, poucos o atingem.
Assim, após pesados argumentos prós e contras, Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, conclui: “Porque a felicidade eterna ultrapassa o estado natural, já privado de graça, é o pequeno número que se salva.”
Afastai, então, a venda de vossos olhos, que vos impede de reconhecer essa evidência, levando-vos a falsos conceitos acerca da justiça divina. “Pai justo, o mundo não Te conheceu”, disse Jesus (Jo 17,25). Ele não disse “Pai onipotente” ou “Pai misericordioso”, mas “Pai justo”. Assim, entendamos que, dentre os atributos divinos, o menos conhecido é Sua justiça, pois os homens não querem aceitar o que temem sofrer. Portanto, tirai esse véu e dizei, com lágrimas: “Ai de nós! A maior parte dos católicos, a maior parte de quem vive aqui, quiçá da assembleia presente, será condenada!” Poderia haver motivo maior para lágrimas?
Conta-se que o rei Xerxes, contemplando do alto uma tropa de cem mil soldados em formação, chorou ao pensar que, em cem anos, nenhum daqueles guerreiros estaria vivo. E nós, não teríamos razão ainda maior para chorar, vendo que, dentre tantos católicos, a maioria se condenará? Não deveria isso fazer-nos derramar rios de lágrimas, ou, ao menos, gerar em nossos corações a compaixão de que fala um religioso agostiniano, o Venerável Marcelo de São Domingos? Numa meditação sobre as penas eternas, Deus lhe mostrou quão numerosas almas iam ao inferno naquele momento, num caminho amplíssimo, pelo qual caíam vinte e duas mil, esbarrando umas nas outras. Pasmo, o religioso gritava: “Que multidão! E chegam mais! Ó Jesus, que loucura!” Repitamos com Jeremias: “Quem me dera transformar minha cabeça em torrente de água e meus olhos em fonte de lágrimas, para chorar dia e noite os mortos do povo de Deus.” (Jr 9,1)
Pobres almas, por que correis tão depressa rumo ao inferno? Por piedade, detende-vos um instante e ouvi-me! Ou entendeis a seriedade de salvar-se para sempre e condenar-se para sempre, ou não entendeis. Se entendeis e, não obstante, não vos decidis hoje a mudar de vida, fazer boa confissão, renunciar ao mundo e empregar todos os esforços para figurar entre o pequeno número dos que se salvam, digo-vos que não tendes fé. E, se não entendeis, seríeis menos culpados, pois então não estaríeis no pleno uso da razão. Ser consciente da eternidade da salvação ou da perdição e ainda assim não fazer de tudo para fugir da segunda e garantir a primeira é algo inconcebível.
4. A Bondade de Deus
Talvez ainda duvideis de tão terríveis verdades. Mas são teólogos e Padres da Igreja que as defendem, com exemplos e passagens bíblicas de peso. Se, apesar disso, ainda hesitais, simpatizando com a opinião contrária, não seria esse mero detalhe suficiente para alarmar-vos? Ah, isso revela quão pouco vos importa o destino eterno! Pois, em questão tão fundamental, o simples indício de risco deveria bastar para sobressaltar um homem sensato. Um irmão nosso, o Beato Gil, dizia: “Se apenas um único homem, no mundo inteiro, devesse se condenar, eu faria tudo para não ser esse homem.”
Que faremos nós, se sabemos que a maioria se condena? A única resposta é tomar a firme decisão de integrarmos o pequeno número dos que se salvam. Talvez pergunteis: “Se Cristo quisesse condenar-me, por que me criou?” Cala-te, língua atrevida! Deus não criou ninguém para condenar; quem se condena, condena-se por própria vontade. Passo agora a defender a bondade divina e a liberar-Lhe de toda culpa: este será meu segundo ponto.
Antes, juntemos de um lado todos os livros e heresias de Lutero e Calvino, e de outro os dos pelagianos e semipelagianos, e os queimemos a todos. Uns negam a graça, outros negam a liberdade, e todos estão cheios de falsidades. Todos os condenados carregam em sua fronte o oráculo de Oséias (13,9): “A tua perdição vem de ti.” De modo que entendam que quem se condena, se condena por malícia própria, por querer condenar-se.
Tomemos duas verdades inegáveis: “Deus quer que todos os homens se salvem” e “Todos precisam da graça de Deus.” Pois bem, se eu mostrar que Deus realmente quer salvar a todos e para isso lhes concede graça e meios necessários, sereis obrigados a concluir que, se alguém se perde, é por sua própria culpa, pois quis perder-se. “A tua ruína vem de ti; em Mim só encontras auxílio.” (cf. Os 13,9)
4.1. Deus Deseja a Salvação de Todos
Há inúmeras passagens na Escritura em que Deus diz querer a salvação de todos. “Porventura quero Eu a morte do pecador, e não antes que se converta e viva?… Juro por Mim mesmo, diz o Senhor Deus: não quero a morte do pecador; convertei-vos e vivereis.”
Quando se afirma que alguém deseja algo ardentemente, exagera-se às vezes com a expressão “morre de desejo.” Pois bem, Deus tanto quis (e quer) a nossa salvação que morreu por esse desejo, pondo a vida em resgate da nossa. Logo, Seu desejo de nos salvar não é aparente, mas real e eficaz, pois Ele nos dá os meios mais oportunos para alcançarmos esse fim. E não o faz em vão: Ele tem a intenção de que tais auxílios produzam fruto. Se não o produzem, Ele Se entristece e Se ofende. Ele ordena até mesmo aos condenados que usem esses meios para que se salvem; exorta-os, obriga-os; e, se não os utilizam, pecam. Portanto, era possível que os tivessem utilizado e se salvassem.
Como Deus vê que não conseguimos sequer usar bem Sua graça sem auxílio adicional, Ele no-la oferece generosamente. Se mesmo assim, às vezes, ela fica sem fruto, a culpa é nossa; pois há quem, com graças maiores, abuse e se perca, ao passo que outro, com graças menores, coopera e se salva.
Santo Agostinho exclama: “Se, pois, alguém se afasta da justiça, é porque assim o quer, arrastado pela própria concupiscência, iludido pela própria vontade.” Mas, a quem não domina a teologia, basta dizer: Deus é tão bom que, vendo um pecador correndo para a perdição, vai atrás dele, chama-o, suplica-lhe, acompanha-o até as portas do inferno; que não fará Ele para resgatá-lo? Dá-lhe boas inspirações, santos propósitos; se este não lhes dá ouvidos, Deus Se “ira” e Se indigna, mas continua perseguindo-o. Vai castigá-lo? Não, Ele açoita o ar e perdoa de novo. Mas o pecador resiste. Então Deus lhe envia uma grave doença. Acabou? Não, Deus o cura. Persistindo o homem em seus pecados, o Senhor recorre a outro caminho: dá-lhe mais prazo. E, passando-se esse, concede-lhe novo período.
Se, não obstante, o miserável insiste em querer se lançar no inferno, que faz Deus? Abandona-o? Não. Toma-o pela mão e, mesmo com um pé no inferno e outro fora, ainda lhe suplica que não despreze Sua graça. Pergunto agora: se essa alma se condena, não é óbvio que o faz contra a vontade de Deus e porque quer condenar-se? Daí as palavras: “A tua ruína vem de ti” (Os 13,9).
E se alguém questiona: “Se Deus queria condenar-me, por que então me criou?” – ingrato pecador, fica sabendo hoje que, se fores condenado, não é Deus o culpado, e sim tu mesmo e tua vontade má. Para que te convenças, imaginemos descer ao fundo do abismo e chamemos um réprobo para confirmar isso. Eis um: “Quem és?” – “Sou um pobre idólatra, nasci em terra distante, jamais ouvi de céu ou inferno, e sofro agora.” – “Pobre coitado, não és quem procuro, volta ao teu lugar.” Surge outro: “Quem és?” – “Sou um cismático da Tartária, vivi entre bárbaros, mal ouvi falar de Deus.” – “Também não és quem quero, vai embora.” Outro mais: “E tu?” – “Sou um herege do norte, jamais conheci a verdadeira fé.” – “Segue, pois também não és quem procuro.”
Irmãos, parte-me o coração ver tais condenados, que sequer tiveram a plenitude da luz da fé, arderem no inferno. Ainda assim, eles ouviram a sentença: “A tua ruína vem de ti” e reconhecem as graças que Deus lhes concedeu (que nós ignoramos, mas eles sabem) e bradam: “Tu és justo, Senhor, e justos são os Teus juízos.” (Sl 118,137)
Sim, é preciso compreender que a lei mais antiga é a lei natural, impressa por Deus no coração humano. Não requer mestres para ser conhecida; basta a luz da razão para perceber seus mandamentos. Por isso, até bárbaros se escondem ao pecar, pois sabem que fazem o mal. Se tais infiéis se condenam, é porque não cumpriram a lei natural gravada em sua consciência; se a tivessem obedecido, Deus teria feito um milagre para que não se perdessem, enviando-lhes alguém que lhes ensinasse ou concedendo-lhes outras graças, das quais se tornaram indignos por resistirem ao que a consciência lhes indicava. É essa mesma consciência que os acusou no Tribunal de Deus e que agora os acusa no inferno, dizendo-lhes sem cessar: “A tua ruína vem de ti.” Não têm o que retrucar; reconhecem merecer tal suplício.
Então, se esses infiéis não têm desculpa, que dizer de um católico que teve à disposição sacramentos, prédicas, graças especiais? Como ousaria dizer: “Se Deus queria me condenar, por que me criou?”, quando Ele lhe deu tantas ajudas para se salvar? Vinde, pois, vamos encerrar toda objeção.
Convido agora um católico no inferno a falar. “Há algum aí?” – “Sim, muitos!” – “Quantos?” – “Incontáveis.” – “Alguém venha!” – “Não podem, estão no fundo e tirá-los de lá reviraria o inferno. Seria mais fácil interceptá-lo antes que caísse.” Então, falo convosco, que ainda viveis em ódio, em vícios de impureza, em pecado mortal, já no rumo do inferno. Detém-te, converte-te; é Jesus que te chama! Com Suas chagas, Ele clama como com vozes eloquentes:
“Meu filho, se te condenares, a culpa é só tua: ‘A tua ruína vem de ti.’ Olha quantas graças te dei para te salvar! Eu poderia ter-te deixado nascer em florestas de bárbaros, como fiz com tantos; mas fiz que nascestes católico, te ofereci um pai e uma mãe piedosos, instruções puras. Se ainda assim te condenas, de quem é a culpa? Tua: ‘A tua ruína vem de ti, meu filho.’
Eu poderia ter-te lançado no inferno após teu primeiro pecado mortal, sem esperar o segundo, como fiz com outros; mas fui paciente contigo, esperei-te longamente. Ainda hoje te aguardo, se quiseres te penitenciar. Se mesmo assim te perdes, de quem a culpa? Tua: ‘A tua ruína vem de ti.’ Observa quantos morreram ao teu redor, às vezes em pecado; serviu-te de aviso. Quantos voltaram para Mim, serviram-te de exemplo. Lembras que um confessor te advertiu? Fui Eu quem o inspirou. Recordas daquele sermão que te tocou? Eu te conduzi a ouvi-lo. E o que se passou secretamente entre Mim e tua alma não podes esquecer.
Todas aquelas inspirações interiores, aquela luz e aquela consciência inquieta… eram graças minhas, pois Eu queria te salvar. Neguei-as a muitos, mas te amei com predileção. Meu filho, se Eu tivesse falado assim a outros, teriam se convertido prontamente. E tu ainda Me dás as costas? Ouve-Me: são minhas últimas palavras. Custaste-Me Meu Sangue. Se insistes em te perder, apesar de Eu ter derramado Meu Sangue por ti, não Me acuses! Culpa apenas a ti mesmo. Por toda a eternidade, recorda: se te condenas, fazes isso contra a Minha vontade, porque queres te condenar: ‘A tua ruína vem de ti.’”
Ó meu bom Jesus, as pedras se romperiam ao ouvir palavras tão doces e comoventes! Restará alguém, entre nós, que queira ser réprobo, tendo recebido tantas graças e auxílios? Se houver, escute-me agora e ouse resistir se puder.
Barônio narra que, após a infame apostasia de Juliano (dito o Apóstata), ele concebeu tão ardente ódio ao Batismo que procurava, dia e noite, apagar de si o caráter batismal. Mergulhou num banho de sangue de bode, vítima consagrada a Vênus, na ilusão de extirpar de seu corpo a marca sagrada do Batismo. Achamos tal ato abominável, mas, se tivesse dado certo, certamente seu suplício seria menor no inferno.
Pecador, darei um conselho que te soará estranho, mas brota de sincera compaixão. Imploro-te de joelhos, pelo Sangue de Cristo e pelo Coração de Maria: muda de vida, faze boa confissão e te empenha para seres do pequeno número dos que se salvam. Se, em vez disso, preferes seguir pelo caminho da condenação, ao menos tenta apagar teu Batismo. Ai de ti, se levares ao inferno o Santíssimo Nome de Jesus e o caráter cristão gravado em tua alma: teu castigo será ainda maior. Faz, pois, o que sugiro: se não queres te converter, vai hoje ao pároco e roga que elimine teu registro de batismo, para que não conste que foste cristão; suplica ao teu Anjo da Guarda que apague de seu livro as graças que ele te ministrou, pois ai de ti se ele as recordar! E diz ao Senhor que te retire a fé, o Batismo e os sacramentos.
Ficas horrorizado com tal ideia? Então prostra-te aos pés de Jesus e declara, entre lágrimas e sincero arrependimento:
“Senhor, confesso que até agora não vivi como cristão. Não mereço ser contado entre os Teus eleitos. Reconheço que mereço o inferno, mas Tua misericórdia é grande e, cheio de confiança em Tua graça, proclamo-Te que quero salvar a minha alma, custe o que custar — fortuna, honra, até a vida, contanto que me salve. Se fui infiel até hoje, arrependo-me, lamento e detesto minha infidelidade. Suplico-Te, humildemente, perdoa-me. Perdoa-me, bom Jesus, e fortalece-me para que me salve. Não Te peço riquezas, honrarias ou prosperidade; só Te peço que salves a minha alma.”
E Tu, ó Jesus, que dizes? Ó bom Pastor, vê a ovelha desgarrada que retorna. Acolhe esse pecador arrependido, abençoa seus gemidos e suas lágrimas, ou antes, abençoa todos os ouvintes que se dispõem a nada querer senão a própria salvação. Irmãos, prostremo-nos aos pés do Senhor e declaremos querer salvar-nos, custe o que custar. Digamos, com olhos marejados: “Bom Jesus, quero salvar-me!” Ó lágrimas benditas, ó suspiros benditos!
Conclusão
Quero que todos saiam hoje consolados. Então, se me pedis minha posição sobre quantos se salvam, eis: quer sejam muitos ou poucos, quem quer salvar-se, salva-se, e ninguém se condena se não quiser. Se é verdade que poucos se salvam, é porque poucos vivem como convém. Fora isso, confronteis duas hipóteses:
- Suponde que um Anjo desça e confirme a primeira opinião: não só a maioria dos católicos se perde, mas, dentre todos aqui, apenas um se salvará. Pois bem, se obedecerdes aos Mandamentos, se desprezardes a corrupção do mundo e abraçardes a cruz de Cristo em penitência, sereis esse único salvo.
- Imaginai esse mesmo Anjo retornando e declarando: não só a maior parte dos católicos se salva, mas, de todos vós, apenas um se condenará, e todos os demais se salvarão. E se mesmo assim continuardes nas usuras, nos ódios, nos crimes, nos pecados de impureza, então sereis esse único condenado.
De que serve querer saber se poucos ou muitos se salvam? São Pedro exorta: “Esforçai-vos, pelas boas obras, por consolidar vossa eleição.” (cf. 2Pd 1,10) Quando a irmã de São Tomás de Aquino lhe perguntou como ir para o céu, ele respondeu: “Querendo-o.” Digo o mesmo a vós, e eis a prova: ninguém se condena senão pelo pecado mortal. E não há pecado mortal sem que a pessoa o queira. Logo, ninguém se condena se não quer. Não é essa uma verdade simples, mas riquíssima de consolo? Chorai vossos pecados passados, fazei uma boa confissão, não torneis a pecar, e todos sereis salvos. Por que hesitar? Para ir ao inferno, é preciso cometer pecado mortal voluntariamente; logo, quem não quer pecar mortalmente não irá ao inferno. Essa não é mera opinião, mas fato inquestionável e consolador. Deus vos conceda entendê-lo e vos abençoe. Amém.
Observação Final
Nos primeiros princípios de discernimento dos espíritos, Santo Inácio ensina que é próprio do espírito maligno aquietar os pecadores em sua inércia. Devemos, pois, sempre pregar esperança e confiança na infinita misericórdia do Senhor, pois Sua graça é onipotente e a conversão é possível. Porém, não esqueçamos de que “De Deus não se zomba” (Gl 6,7), e aquele que vive habitualmente em pecado mortal segue no rumo provável da impenitência final. Embora existam milagres de última hora, eles não são a regra, e para a maioria das pessoas obstinadas, a condenação final é o desfecho mais provável.
As razões apresentadas por São Leonardo de Porto Maurício são contundentes. Elas merecem ser ouvidas. Com brilho e clareza, ele desenvolve algo que faz lembrar uma resposta do Pe. Lombardi, num debate público com Velio Spano, líder comunista italiano, em 4 de dezembro de 1948, em Cagliari. Disse Pe. Lombardi: “Horrorizo-me de pensar que, continuando assim, acabareis no inferno.” Spano replicou: “Não creio no inferno.” E Pe. Lombardi devolveu: “Pois justamente, se continuardes assim, sereis condenado; porque, para não se condenar, é preciso crer no inferno.”
Tal resposta pode ser generalizada. Talvez falte fé sobrenatural àqueles que não compreendem o valor pastoral de se pregar como São Leonardo de Porto Maurício. Não é que nossos costumes sejam mais virtuosos que os de antigamente. Vem a propósito a advertência do Cardeal Pie: “Vejo prudência por toda parte; em breve não haverá mais coragem em lugar algum; e, se continuarmos assim, morreremos de um ataque de sabedoria.” Não a sabedoria de Deus, evidentemente, mas a prudência mundana, que ridiculariza a pregação ardorosa de São Leonardo.
A doutrina de São Leonardo de Porto Maurício salvou e continuará a salvar multidões de almas até o fim dos tempos. Eis como a Igreja reza no Ofício Divino (sexta lição), falando sobre sua eloquência celeste: “Diante dele, corações de ferro e de bronze se inclinavam fortemente à penitência, pela força admirável de sua pregação e de seu ardente zelo.” E, na prece litúrgica, rogamos ao Senhor: “Concede força de dobrar, pela obra da pregação, os corações endurecidos no pecado.”
Este sermão foi proferido no pontificado do Papa Bento XIV, que estimava grandemente o missionário.
Fonte (original em inglês):
“Sermon by St. Leonard of Port Maurice – The Little Number of Those Who Are Saved”,
disponível em olrl.org/snt_docs/fewness.shtml
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