Compartilho algumas reflexões de Luiz Paulo Horta, a fim de nos lembrarmos de quem é Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso melhor Amigo e destino de todo o nosso amor e contemplação. Meus irmãos, reflitam! A quem vocês estão servindo?!
A vida na comunidade paroquial é para amar, contemplar e louvar, mas não se trata de lugar para se envolver em jogos de poder, afastar, isolar, humilhar, obter lucro etc. Devemos estar sempre vigilantes para nos defender dos lobos que insistem em estar entre nós. Isso não é algo novo, pois, desde o cristianismo primitivo, convivemos com esses focos de tumor em nossa comunidade. Nos conforta saber que o mal nunca vencerá!
Jesus é silencioso e compassivo. Nosso Senhor constantemente nos ensina a não chamar a atenção, não vestir roupas vistosas e não ser egoísta. Sigamos o exemplo do Cristo, de seu Amor pelos irmãos e pelo Pai. Ainda há tempo de alcançar nossa salvação e evitar nossa condenação. Reflitamos sobre os trechos abaixo, a fim de que o Espírito Santo nos fortaleça no caminho de sermos instrumentos do Bem e não do mal.
“Mas a presença do Cristo entre aquelas multidões compostas, a princípio, só de pessoas humildes, não é um rosário de milagres. Ele não faz milagre a qualquer hora, ou simplesmente porque alguém pede. Pelo contrário, em muitos casos ele esconde o milagre; manda que o beneficiário não conte a ninguém o que lhe aconteceu.” (2011:203)
“Jesus Cristo deixa os seus sinais, mas não aparece de modo estrondoso; como se quisesse dizer: ‘Eu não vou violar a sua liberdade com uma demonstração incontestável; quem tem olhos para ver, veja; quem tem ouvidos para ouvir, ouça.’” (2011:204)
“‘Bem-aventurados’ quer dizer ‘felizes’. O Cristo está dando uma receita de felicidade, não de tristeza. E que receita é essa? Que você terá acesso a todos os bens do mundo, que você vai ‘herdar a terra’, na medida em que abrir a mão crispada com que tentamos nos apossar de tudo, garantir tudo, ter poder sobre tudo. Nesse sentido é que o Evangelho […] significa uma revolução, porque inverte as prioridades do ‘mundo’. O que o Evangelho chama de ‘mundo’ […] é a rede de interesses que forja o dia a dia das sociedades, a luta pelo poder e pelo dinheiro, o desejo de dominar, de transformar o prazer individual em regra universal. São Francisco de Assis, mais do que ninguém, entendeu esta lição do Evangelho: se você abraça a verdadeira pobreza, longe de ter perdido tudo, na verdade ganhou o mundo inteiro, porque a sua alma se liberta.
[…] Por isso é que a primeira bem-aventurança se refere aos ‘pobres de espírito’ — aqueles que possuem as coisas como se não as possuíssem, que usufruem os bens deste mundo sem se deixarem aprisionar por eles, sem se tornarem escravos dos desejos, vassalos das paixões.
[…] Esta é a revolução do Cristo. E para seguir nessas águas temos que descobrir em nós uma nova criatura, soterrada sob séculos de conformismo e de egoísmo. Este é o caminho do Reino.
Impossível? Mas o Reino não é uma coisa estática, como explicou o próprio Cristo, em algumas de suas mais belas parábolas. Por exemplo: ‘O Reino dos Céus é comparável ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e faz fermentar toda a massa.’
O fermento na massa: assim já foi descrito, muitas vezes, o poder misterioso da Palavra.” (2011:209-211)
HORTA, Luiz Paulo. A Bíblia: Um Diário de Leitura. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

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